1ª Edição
Este ano tem início na nossa terra a primeira edição do Curt’Arruda – Festival de Cinema de Arruda dos Vinhos. O tema «A Ruralidade» serve de mote a todos os filmes a exibir, homenageando o património e os valores rurais de uma terra cada vez mais urbanizada, mas que continua a proporcionar-nos a “qualidade de vida do campo”.
O festival pretende exibir curtas-metragens portuguesas, assim como promover a produção cinematográfica local e nacional através dos prémios: Film’Arruda – Melhor Curta-metragem de Arruda dos Vinhos e que se destina a filmes feitos em/ou sobre Arruda dos Vinhos; e o prémio Curt’Arruda – Melhor Curta-metragem Rural, ao qual se inscreveram cerca de 50 filmes de todo o território nacional. Haverá ainda uma mostra paralela à competição oficial, onde abrimos um pouco mais a noção de ruralidade e fomos contagiados por filmes experimentais, de ensaio, ou até mesmo diarísticos.
Como forma de reavivar o espírito cinematográfico local, o Curt’Arruda terá lugar no Salão Nobre do Clube Recreativo Desportivo Arrudense, onde há muitos anos se exibiam filmes nacionais e internacionais. Assim, os arrudenses que por lá assistiram a diversas películas, terão a oportunidade de recordar os velhos tempos, tendo, simultaneamente, os mais novos a possibilidade de ter o “cinema da sua terra”.
Foi há cerca de trinta anos que assistimos àquela que viria a ser a última exibição cinematográfica em Arruda dos Vinhos com o filme Manhã Submersa de Lauro António (1980). Como forma de tornar vivo esse espírito do passado, nesta primeira edição, o Curt’Arruda homenageia o realizador Lauro António, dedicando-lhe o Ciclo Lauro António, no qual voltamos a exibir o filme Manhã Submersa, a única longa-metragem do festival.
No final de cada dia haverá um concerto de uma banda nacional. O primeiro a cargo dos First Breath After Coma – que em 2013 venceram o concurso novos talentos fnac e na dia seguinte teremos os a Jigsaw, considerados pela revista holandesa Heaven Music como um dos projectos indie folk mais interessantes e originais do continente europeu.
Bem-vindos ao Festival de Cinema Rural Mais Urbano de Portugal!
CICLO REALIZADOR CONVIDADO
Lauro António
Nascido em Lisboa a 18 de Agosto de 1942, licenciou-se em História na Faculdade de Letras de Lisboa em 1969.
Foi membro do Cine-clube Universitário de Lisboa e, mais tarde, director do ABC Cine-Clube, actividades que o levaram à crítica cinematográfica a partir de 1963 e, mais tarde, à coordenação da programação de algumas salas de cinema como “Estúdio Apolo 70”, “Caleidoscópio” e “foco”. foi diretor de festivais de cinema como “festival Internacional de Lisboa” em 1966”, “Festroia” em 1989, “festival internacional de Portalegre” de 1988 a 1990 e “FESTIVIANA, Festival Internacional de Cinema de Viana do castelo” em 1991.
Tem exercido regularmente a critica cinematográfica em inúmeros jornais e revistas e é crítico e ensaísta de cinema com mais de cinco dezenas de obras publicadas como “O Cinema Entre Nós”, “Cinema e Censura em Portugal” e “Horror Film Show – O Cinema Fantástico
nos Anos 70”. Foi coordenador do grupo “Cinema e Audiovisual”, do Ministério da Educação entre 1990 e 1993.
Foi membro de júri em diversos festivais de cinema nacionais e internacionais como “festival internacional de Cine de Humor de La Corunã, Espanha”, “Festival de Cinema Hungaro, Budapeste – Hungria” ou “Festival Internacional de Cinema Fantástico do Porto – Fantasporto – Prémio George Méliés”. Conselheiro para a área do cinema na TVI entre 1993 e 1997 foi autor do programa “Lauro António Apresenta” onde apresentava filmes da sua escolha. Diretor de programação do “Fórum Académico do Porto”, com sessões semanais no ISEP de 1997 a 2007.
Tem organizado ciclos dedicados a Richard Brooks, John Huston, Humphery Bogart, entre outros. Organizador do “cinema na reitoria” na reitoria da Universidade de Lisboa em 2013.
Começou a carreira de realizador em 1974 com a curta- metragem “Vamos ao nimas” tendo realizado desde então 13 longas metragens incluindo “Manhã Submersa” de 1980 que é ainda considerada como a sua obra maior e que teve estreia no festival de cannes e representou Portugal na edição dos Óscares de 1981 com a nomeação para melhor filme estrageiro.
Júri
MARGARIDA CARDOSO
Realizadora e argumentista. Nasceu em Portugal e viveu até aos 12 anos em Moçambique. Tirou o curso de imagem e comunicação audiovisual da Escola António Arroio de 1983 a 95 trabalha como anotadora e assistente de realização em mais de 50 filmes portugueses e estrangeiros.
É professora do curso de Cinema, Vídeo e Comunicação Multimédia da Universidade Lusófona de Lisboa. Desde 96 que realiza filmes de ficção e documentários. Em 1999 foi premiada com o “Léopards de demain” no 52º festival de Locarno e a sua primeira longa metragem “A Costa dos Murmúrios” teve a sua primeira apresentação no festival de Veneza – Venice Days, 2004. Nos últimos anos afirmou-se como um dos nomes mais consistentes do cinema português. “Natal 71′′ , “Kuxa Kanema – O Nascimento do Cinema”, “A Costa dos Murmúrios” e a sua última longa metragem “Yvone Kane” têm em comum o tema da memória ligada a questões coloniais e pós-coloniais.
ARTUR PINHEIRO
Nasceu em Lisboa no ano de 1972.
Em 1990 concluiu o Curso Técnico- Profissional de Artes Gráficas na Escola António Arroio, e em 1993 terminou o Bacheralato em Realização Plástica do Espectáculo, na Escola Superior de teatro e cinema. Rapidamente começou a trabalhar no Teatro, Ópera e Cinema, deixando para trás as Artes Gráficas.
Em 2001 aceitou fazer a direcção Artística de um telefilme para a SIC, “Anjo Caído” de Jorge Costa, e de uma série para a RTP, “Sociedade Anónima” de Jorge Paixão da Costa. depois começou a fazer direcção de Arte em filmes publicitários, colaborando estreitamente com Marco Martins, e a sua produtora Ministério dos Filmes, durante 3 anos. de 2004 para cá fez a direcção artística de vários projectos dos quais destaca “alice” e “como Desenhar um Circulo Perfeito”, ambos de Marco Martins, “República”, uma mini-série histórica de Jorge Paixão da Costa, e a mais recente longa metragem do realizador brasileiro Alberto Graça – ainda por estrear.
Em publicidade, trabalha não só com realizadores nacionais como com realizadores estrangeiros, dos quais destaca Vaughan Arnell, a dupla Ne-O, Ivan Bird, Floria Sigismondi e Gerard de thame.nos últimos anos voltou a trabalhar no Teatro e Dança, criando a cenografia de alguns projectos de Maroo Martins e Clara Andermatt.